O Panorama Social, criado pelo Dr. Lucas Derks, permite ajudar a transformar o mapa inconsciente das pessoas sobre os seus aspetos relacionais (consigo e com o mundo), através de “deslocações” dos ficheiros de informação sobre si e sobre os outros no nosso espaço mental.

Central está a ideia de que nos construímos e criamos o nosso lugar no mundo a partir dos outros e a seguir construímos e colocamos os outros numa determinada localização mental. Este posicionamento é determinante para a qualidade das nossas relações. Enquanto não modificarmos o nosso “lugar” e o “lugar” dos outros no nosso panorama mental, continuaremos a sentir e agir da mesma maneira, de forma automática.

O “Eu” ocupa o centro e todas as nossas relações com o mundo estão diretamente dependentes da nossa localização (mental) em relação aos outros. Estes “Outros” podem ser indivíduos, grupos, animais, espíritos, organizações, países, metáforas…

A este espaço mental onde representamos o mundo, chamamos o nosso “Panorama Social”. Aos diversos ficheiros de informação sobre nós e os outros, damos o nome de “personificações”.
A nossa compreensão do mundo, o nosso estado emocional e os nossos produtos mentais e físicos, são o resultado direto das perspetivas mentais definidas essencialmente em termos de localizações, distâncias, tamanhos e direção do olhar.

O Panorama Social, apoiando-se fortemente na psicologia social e cognitiva, é usado como instrumento de diagnóstico psíquico e social e é empregue no tratamento pessoal e relações sociais onde se manifestam temas como amor, ódio, desigualdade, poder, identificação, ciúme, luta, etc.
Abordam-se as relações, não só as relações com os outros, mas essencialmente e como ponto de partida, as relações connosco, a sensação que temos de nós e a nossa autoimagem. Tratam-se as relações com os outros, tanto individualmente como com grupos, construção de equipas, relações dentro da organização e processos de negociação e dinâmica de grupos. Um importante tema são as relações de autoridade, poder e submissão. Sempre excitante, e às vezes picante, é a exploração das relações amorosas na nossa mente. Como as relações familiares são o pilar onde assenta a nossa personalidade, trabalha-se então com a relação do panorama de infância com a nossa personalidade atual; neste campo, o Panorama Social já é considerado, por vezes, como alternativa e complemento das constelações familiares. Também é tratada a relação do individuo com o mundo espiritual e entes falecidos.

Resumindo: criamos uma autoimagem de nós e projetamos os outros numa localização no nosso espaço mental. E essa localização determina a qualidade das nossas relações.

Um dos temas básicos tratados no Panorama Social é logicamente a relação connosco. A reação aos outros e a nossa relação com o mundo é o resultado da relação que temos connosco seguindo-se a forma como vemos e vivenciamos o nosso lugar no mundo. Esta vivência espacial pode causar-nos uma sensação de poder, de solidão, de claustrofobia, de ansiedade, etc.

Outros temas clássicos tratados no Panorama Social são: a qualidade das relações amorosas, as relações difíceis com os outros, relações com “espíritos” tais como são considerados em PNL como sendo “partes” de nós”, o tratamento de traços de caráter limitadores a partir do panorama de infância, mediação e negociação, conflitos com grupos sociais, etc.

O modelo Panorama Social é um instrumento que constitui uma das novas disciplinas da psicologia do espaço mental com o qual podemos transformar de forma efetiva o panorama inconsciente da realidade social das pessoas na sua mente. Trabalhando diretamente no espaço mental subjetivo a 3D, sobretudo com as localizações espaciais, e ao transformar esse panorama mental desadequado para a pessoa, para o exterior ou para a realização dos seus objetivos de vida, são conseguidas transformações duradouras num curto espaço de tempo.

José Figueira

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