Imagine a pessoa amada. Ela surge, embora muitas vezes não tenhamos consciência disso, num espaço mental a 3 dimensões. O mesmo acontece se pensar num gato, num espírito, na sua flor favorita ou mesmo em algo como “gambuzinos”, por exemplo. Algo para existir, existe numa localização a tantos centímetros, metros, quilómetros, no nosso espaço mental interior. É a este estudo da nossa vivência de nós e do mundo neste espaço mental subjetivo a que nós denominamos “Psicologia do Espaço Mental”. A localização neste espaço mental a 3D é o princípio fundamental para a organização da nossa experiência no mundo.

O facto de a maioria das pessoas não ter consciência de como constroem as relações sociais de uma forma espacial nas suas mentes, dá a este modelo uma alta relevância, é uma grande fonte de fascínio e promete, no nosso entender, tornar-se um novo paradigma no campo da psicologia.

Para quem tem conhecimentos e experiência com Programação NeuroLinguística tudo isto soa como música para os seus ouvidos. A PNL já utiliza, desde os anos 70 do século passado, ferramentas que lhe permitem lidar com estados emocionais e transformar ou enriquecer comportamentos a partir da manipulação desta “submodalidade” da representação interna que nada é, nem mais nem menos, que o espaço 3D que, nesta nova metodologia, merece um novo foco aprofundado de atenção. Como ilustração podemos nomear aqui a transformação direta de submodalidades, o trabalho com a linha do tempo, as âncoras espaciais, as posições percetivas, a viagem pelo espaço temporal, etc. Entretanto têm-se desenvolvido, dentro deste novo paradigma, novas disciplinas tais como o Panorama Social, o trabalho simbólico no Clean Space, o Wholeness Proces, as constelações sistémicas, o trabalho de partes no espaço e muitas outras de que possivelmente nem temos conhecimento neste momento.

Qual é a relevância deste novo paradigma no campo diversificado que concerne a área dos temas da psicologia? Os investigadores do Mental Space são unânimes em considerar as intervenções espaciais como sendo de maior qualidade e eficiência que as tradicionais intervenções baseadas em “conversa”. Parece, na verdade, acontecer muito mais e muito mais rápido. Ao mesmo tempo que a conversa diminui, vemos que a dimensão experiencial cresce. Isto acontece porque é a vivência no espaço mental que estrutura o pensamento e a ação e muito menos a conversa. Influenciando diretamente a vivência (localização) no espaço mental, as consequências reais nas nossas relações no mundo são imediatas.

José Figueira

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